Na noite de domingo (16), um homem atirou contra um cachorro da raça pitbull na Rua Duque de Caxias, Bairro Medianeira, em Santa Maria. O homem alegou aos policiais que precisou fazer isso porque tentou apartar uma briga envolvendo o cachorro e outros cães, que ofereciam perigo às crianças que estavam nas redondezas. A Polícia Civil, que investiga o caso, confirmou que o animal morreu.
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Diante disso, a dúvida que fica é: o que fazer ao deparar com um cachorro solto que pode oferecer perigo ou uma briga com outros cães? O Diário conversou com o adestrador Sérgio Loretto, 40 anos, que passou orientações sobre como se comportar nestas situações. Antes de tudo, é necessário não generalizar raças e refletir sobre a responsabilidade em deixar um cachorro solto na rua:
– Qualquer raça de cachorro pode oferecer risco à população. Tudo começa com a responsabilidade do criador, de quem cria. Quando o cachorro nasce, ele é surdo e mudo, não sabe morder, ele somente sente o cheiro pelo nariz. Quem forma o cão é o tutor.
É obrigatório que cães andem na rua com uma guia considerada segura e uma focinheira confortável, junto ao tutor. Principalmente quando se tratam de cachorros de porte grande, são eles: pitbull, rotweiller, pastor, fila, dogue alemão e dogo argentino, segundo o adestrador.
– O pitbull realmente tem uma mordida mais forte, as lesões são maiores, mas qualquer cachorro pode morder e machucar. Não somente com mordida, mas fugir e sair na rua, atacar um motoqueiro no trânsito....todos cachorros têm dentes – afirma Loretto.
O adestrador também orienta como se comportar em duas situações: ao deparar com um cão que ofereça perigo na rua e quando um cachorro já estiver em ataque.

Cachorro na rua
Loretto explica que, se alguém está caminhando na rua e vê um cachorro em sua direção, o ideal é não reagir:
– Tente entrar em um pátio, acessando uma casa. Caso não seja possível, pare em frente a um muro, de costas. Pare e fique quieto. O cão reage de acordo com o movimento feito pela possível "presa". Se o cachorro morder, quanto mais você se mexer, mais ele tende a segurar a mordida. Ele entende aquilo como uma caça.
Em situação de ataque
Agora, se o cão já estiver em ataque, o comportamento a ser adotado é diferente. O adestrador adianta que bater no animal não é o melhor caminho:
– Com o pitbull, principalmente, quanto mais bater, pior, ele fecha a mordida e não abre a boca. Ele se comporta de forma contrária, ele entende como precisasse se defender ainda mais. Por isso, bater no cão com pauladas pode piorar. O cão, neste caso, pode fazer uma troca de mordida, partir para cima de quem está batendo nele também.
Por isso, o adestrador explica como agir nestes casos.
– Tire um cinto, cadarço de tênis ou até a camiseta e passe levemente no pescoço do cachorro. Aperte até que ele comece a sentir falta de ar, isso fará com que ele perca a força e abra a boca, cessando o ataque – completou.
Após fazer isso, o ideal é manter o cachorro preso dessa forma e chamar ajuda. Nestes casos, acionar a Brigada Militar por meio do 190 e também um adestrador para conter o cão, caso o responsável não seja localizado.
Relembre o caso
Um homem acionou a Brigada Militar após realizar disparos de arma para impedir um ataque de um cachorro da raça pitbull contra outro cachorro e crianças que estavam próximas ao local.
De acordo com a ocorrência, o homem relatou que estava na sacada de seu apartamento quando presenciou a briga entre os cães e percebeu o risco às crianças que estavam nas proximidades. Ao tentar intervir e não conseguir conter os animais, ele efetuou quatro disparos, conseguindo cessar o ataque e evitar que as crianças fossem feridas.
O pitbull, que estava sem coleira e focinheira, não teve o tutor identificado até a publicação desta matéria. O homem possui porte de arma.
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